A Herdeira do Titanic é um romance histórico que, paralelamente às repercussões do naufrágio do «inafundável» Titanic, conta a história de uma família, os Belanger.
Comecei a desenvolver os primeiros rascunhos de A Herdeira do Titanic há cerca de cinco anos. Na altura tinha acabado de escrever o romance de aventuras juvenis Os filhos do deserto e decidi mudar de direção no projeto seguinte.
A intenção não era replicar a estrutura narrativa de James Cameron nem escrever uma história passada durante a fatídica viagem do Titanic, mas sim criar um enredo que ilustrasse o que aconteceu depois do naufrágio. O objetivo era aprofundar eventos e personagens históricos e mesclá-los com os ficcionais, de modo a criar verosimilhanças com a época e mensagens do livro. Queria também homenagear o género literário de romance histórico e o filme de uma geração.
O meu interesse no Titanic começou em janeiro de 1998, tinha eu nove anos de idade e acabara de assistir pela primeira vez ao filme Titanic. Ainda hoje recordo essa ida ao cinema como uma experiência única e inesquecível. Esta obra, realizada em 1997 por James Cameron, com Leonardo DiCaprio e Kate Winslet nos principais papéis, moldou muito o meu gosto pela cinematografia e escrita de ficção. Não foi o primeiro filme que vi no cinema mas foi o primeiro que me arrebatou.
As gerações que viveram e cresceram nos anos 90 certamente se recordam bem do fenómeno e do impacto cultural que este filme teve, numa época em que as redes sociais e a internet ainda não faziam parte do nosso quotidiano.
O filme reavivou também o interesse geral sobre a história do navio e por todo lado se encontravam livros e documentários sobre o Titanic. Depois de assistir ao filme, quis saber mais e procurei informar-me sobre tudo o que estava relacionado com o tema.
Recordo-me também de falar com a minha família, com os meus amigos e colegas de escola sobre o assunto mas só muito mais tarde tive a ousadia de me propor a escrever um romance sobre o Titanic.
Francisco Silva