
É com grande orgulho e emoção que apresentamos, pela primeira vez em Portugal, o mangá D'Artagnan e os Três Mosqueteiros, adaptado em 1987 pelo artista Koi Ishida, diretamente da aclamada série de animação japonesa do mesmo ano, considerada por muitos, uma das versões mais emocionantes do clássico de Alexandre Dumas.
Para a Intelectual Editora, este é, sem dúvida, o projeto de sonho. Este livro tem um significado muito pessoal para todos nós, pois evoca de uma forma clara os valores, as aventuras, os bons momentos que tanto nos marcaram quando acompanhávamos a série na televisão durante a nossa infância. A adaptação em mangá, marcada pela notável arte de Ren Kishida, com a sua profundidade emocional e personagens cativantes, transmite, de forma clara, a verdadeira essência da amizade, honra e coragem — valores que continuam a ressoar e que, agora, podem ser partilhados com uma nova geração de leitores.
Neste emocionante mangá, viajamos até à França do século XVII. D'Artagnan, um jovem com o coração cheio de coragem e sonhos, chega a Paris, onde conhece três amigos muito especiais, os mosqueteiros Athos, Porthos e Aramis. Juntos, vão viver aventuras incríveis, enfrentar vilões malvados e proteger o reino das conspirações do cardeal de Richelieu e da sua espia, a bela e perigosa Milady. D’Artagnan vai também contar com a amizade de Jean, um menino que procura a sua mãe, e também com Constance, a simpática e jovem aia da rainha Ana. É uma aventura divertida e emocionante, onde a amizade e a coragem estão sempre em primeiro lugar.
Na tradução para português houve a responsabilidade e a especial atenção em manter a mesma linha de diálogos e o mesmo tom, que tornaram tão especial a dobragem portuguesa da série. Sabemos que, para muitos, essa adaptação foi uma das primeiras introduções (em simultâneo com o D’Artacão) do universo d’Os Três Mosqueteiros de Alexandre Dumas, e por isso, quisemos preservar a magia que transmitiu. Os diálogos, com o seu humor e carga emocional, foram cuidadosamente relembrados, estudados e adaptados, de forma a garantir que o espírito da série e da versão portuguesa fosse transmitido com a mesma intensidade, pois cada personagem tem um modo específico de se expressar e mesmo sem o som das suas vozes, mantiveram-se as personalidades na forma escrita.
O tom é o mesmo, sem perder o vínculo com as raízes da adaptação original portuguesa, garantindo que, tanto os novos leitores como os fãs da série se sintam igualmente imersos na narrativa. Esta adaptação portuguesa não é apenas uma transposição de um formato para outro, é uma continuidade. A nossa missão, para além de a publicar pela primeira vez em Portugal, foi também, em primeiro lugar, dá-la a conhecer aos leitores mais jovens, com a primeira edição publicada em setembro de 2024, como parte integrante de um projeto de Responsabilidade Social, unicamente e gratuitamente direcionado para as Bibliotecas Escolares, Associações e Instituições Educacionais, que se estendeu a São Tomé e Príncipe, Cabo Verde e Guiné.
Com a segunda edição publicada e disponibilizada agora comercialmente em Portugal, procuramos também homenagear e respeitar a memória afetiva dos fãs, mantendo a essência da série. O desafio consistiu em conseguir equilibrar esse respeito pelo original com a renovação do formato, criando algo que seja ao mesmo tempo familiar e, por sua vez, também atual.
Para concluir, informo que este mangá foi publicado em formato ocidental; no entanto, o seu interior mantém a sequência original de leitura japonesa (da direita para a esquerda), como explicado no início da obra, de forma escrita e visual. Esta decisão deveu-se a fatores financeiros e orçamentais que muito condicionaram o processo de impressão com todas as características orientais.
Temos plena consciência de que, atualmente, um mangá é quase sempre publicado com a capa no formato oriental. No entanto, perante as condicionantes existentes, optámos por avançar na mesma desta forma, sem comprometer a autenticidade da ilustração, preservando a disposição original, sem recorrer a espelhamento de imagem, que considerámos não ser a abordagem mais adequada.
Agradecemos a compreensão dos leitores e esperamos que desfrutem desta publicação.
Francisco Silva, editor