Maria Cristina Sousa nasceu no Porto. Frequentou a Faculdade de Letras do Porto, onde se licenciou em Filologia Germânica. Atualmente leciona numa escola da cidade do Porto. A sua paixão por História, nomeadamente por História de Portugal, fez com que se dedicasse a profundos estudos sobre vários temas históricos. A Princesa e o Emir é o seu quarto romance publicado.
A Intelectual esteve à conversa com a escritora e ficou a saber um pouco mais sobre o seu processo de escrita, as suas inspirações, temas e personagens desenvolvidos no seu mais recente romance — A Princesa e o Emir.
Como nasceu a ideia de escrever um romance baseado no poema Dona Branca de Almeida Garrett?
Quando estudei a introdução do Romantismo em Portugal,o poema Dona Branca despertou em mim uma curiosidade e um interesse especial. Acabei por pesquisar a história e lê-lo na íntegra.
É a primeira vez que um autor escreve um romance sobre este tema e esta personagem. Por que razão decidiu fazê-lo?
Achei interessante e desafiante escrever sobre um tema baseado num poema e personagens pouco conhecidos. Como escritora gosto de escrever sobre temas e personagens inéditos. Para além disso a relação do Reino de Portugal com o Garb Al Andaluz sempre me fascinou.
Quais os principais desafios com que se deparou para escrever este romance?
Em primeiro lugar, utilizar personagens que existiram historicamente mas cujas peripécias que vivem neste romance são pura ficção. Em segundo lugar, evocar e descrever o Garb Aldaluz Medieval, principalmente a atual Silves.
O que mais a cativou na personalidade de Dona Branca?
O que mais me cativou foi o facto de a jovem infanta se ter adaptado a viver no mundo muçulmano e ao mesmo tempo não ter medo de viver um grande amor com um príncipe infiel.
Há alguma curiosidade que descobriu no processo de pesquisa deste livro que deseje partilhar com os leitores?
O facto de algumas personagens (Dona Branca e a família real portuguesa) terem existido realmente mas as datas das lutas inseridas na reconquista que aparecem no romance não correspondem historicamente; Dom Afonso III completou a conquista do Algarve antes da infanta Dona Branca nascer.