Maria Cristina Sousa nasceu no Porto. Frequentou a Faculdade de Letras do Porto, onde se licenciou em Filologia Germânica. Atualmente leciona numa escola da cidade do Porto. A sua paixão por História, nomeadamente por História de Portugal, fez com que se dedicasse a profundos estudos sobre vários temas históricos. Rosas para Isabel é o seu terceiro romance publicado.
A Intelectual esteve à conversa com a escritora e ficou a saber um pouco mais sobre o seu processo de escrita, as suas inspirações, temas e personagens desenvolvidos no seu mais recente romance — Rosas para Isabel.
De onde nasceu o seu interesse pelo género literário de romance histórico?
Na minha infância li as lendas portuguesas para crianças e na minha adolescência li os romances históricos da biblioteca do meu pai. A partir dessa altura a minha paixão por romances históricos nunca parou.
Isabel de Aragão/ Rainha Santa Isabel, é uma figura histórica que grande parte dos portugueses conhece principalmente pelo episódio do milagre das rosas. Em Rosas para Isabel, explora uma outra perspetiva da rainha portuguesa. O que a levou a escrever sobre a juventude desta personagem histórica?
Li um livro sobre Dom Dinis que abordava, entre outros temas, um conjunto de poemas que Dom Dinis escreveu para Dona Isabel nos quais expressava os sentimentos que nutria por sua esposa. Pensei que seria fascinante explorar os primeiros anos de casados do casal real.
“Minha mãe sabia que as minhas inclinações sempre tinham sido para a oração e a caridade, visto tê-la acompanhado sempre (…) pelos abrigos e hospícios de Barcelona.” (Pg 10)
O que mais a cativou na personalidade de Isabel de Aragão?
O facto de apesar de ter nascido princesa e se ter tornado rainha nunca a ter impedido de ser simples e humilde. Afirmou que “ Cruz e os espinhos do Senhor, são o meu cetro e a minha coroa.”
Quais foram os principais desafios que encontrou ao desenvolver o enredo para este romance?
A pesquisa histórica em relação à Idade Média e tentar pôr-me na pele de uma rainha medieval.
“Suspirei e respirei fundo. Já ouvira tudo que havia para dizer sobre Dinis, poeta e trovador, homem educado e culto, o rei mais culto da Península Ibérica.” (Pg. 9)
Podemos dizer que Dom Dinis estava à frente do seu tempo?
Dom Dinis foi um rei visionário. Foi um extraordinário estadista e um extraordinário diplomata. Com as suas políticas deu uma identidade nacional ao seu reino e foi o obreiro do estado/nação português/portuguesa.
Há alguma curiosidade que descobriu no processo de pesquisa deste livro que deseje partilhar com os leitores?
As datas e as crónicas portuguesas podem ser bastante confusas ao passo que as crónicas castelhanas são mais exatas.
Se pudesse viajar no tempo e tivesse a oportunidade de falar com a Rainha Santa Isabel, o que lhe diria?
“Majestade, sois uma bênção para Portugal!”